PSICOTERAPIA
centrada na pessoa

Onde a necessidade de falar e a vontade de ouvir se encontram, com competência, acolhimento e afetividade.

O processo da Psicoterapia Centrada na Pessoa se desenvolve através de encontros periódicos, frequentemente semanais, nos quais o/a cliente tem a oportunidade de se expressar livre e abertamente, sem julgamentos, nem condenações.

É justamente por esse aspecto que a contribuição da Psicologia Humanista se mostra uma ferramenta de crescimento pessoal mais potente e espetacular do que outras abordagens.

O reconhecimento do potencial positivo e saudável da natureza humana nos permite partir da premissa de que é a própria pessoa quem melhor conhece sua vida,  suas experiências e seu sofrimento.  Portanto, somente ela pode decidir o que é melhor para si. 

No trabalho de auto-conhecimento e diminuição da dor psicológica, a pessoa não precisa só ser ouvida.  Ela precisa ser escutada e compreendida em suas diferenças e em sua realidade.  

O psicoterapeuta entra no papel de ajudar a pessoa a se conhecer e a se tornar tudo o que É capaz de ser, ou seja ajudá-la a ser ela mesma.  

Psicoterapia
Psicoterapia Centrada na Pessoa

Toda psicoterapia bem sucedida é um processo de aprendizagem profunda e ampla, assim como toda aprendizagem verdadeiramente significativa é profundamente liberadora e curativa, sendo os diversos métodos humanistas utilizados quase que indiferenciadamente no consultório e na sala de aula.

O objetivo da Psicoterapia Centrada na Pessoa é ajudar o indivíduo a reencontrar o seu equilíbrio, retomando o seu próprio Poder Pessoal, a caminho de uma vida mais plena, mais independente, autônoma e feliz.

Prestamos atendimento psicológico, através de consultas e sessões de psicoterapia, de forma individual ou em grupo.

Psicoterapia Centrada na Pessoa

“Quanto mais profundamente escuto os significados dessa pessoa, mais acontece. Quase sempre, quando uma pessoa percebe que foi profundamente ouvida, seus olhos se umedecem. Acho que, na verdade, ela está chorando de alegria. É como se dissesse: ‘Graças a Deus, alguém me ouviu. Alguém sabe o que é ser como eu’.

Nesses momentos tenho a fantasia de um prisioneiro num calabouço, transmitindo com pancadas leves, dia após dia, uma mensagem em código Morse: ‘Tem alguém à minha escuta? Tem alguém aí?’ E finalmente um dia ele escuta algumas batidas leves que soletram, ‘Sim”.

Carl Rogers

“A Psicoterapia Centrada na Pessoa contribuiu para a prática de uma psicoterapia em que a teoria é deixada na entrada do consultório, em que somente a sinceridade, o espírito de descoberta e a criatividade são convidados a entrar; somente a mudança construtiva se espera que saia.

(…) promoveu franqueza, transparência, igualdade entre as pessoas; promoveu a auto-suficiência, a tolerância para as diferenças, a necessidade de as pessoas serem ajudadas a se ajudarem e a crença num  futuro melhor. “

Plantão Psicológico:

a escuta no momento exato

da urgência

O CPHB oferece serviço de Plantão Psicológico Centrado na Pessoa, onde o psicólogo proporciona cuidado e acolhimento significativos às urgências psicológicas, possibilitando ações de atenção e promoção de saúde à pessoa no momento exato ou quase exato de sua urgência para ajudá-la a compreender melhor sua necessidade e, se recomendável, encaminhá-la a outros serviços. 

Nesta modalidade de atendimento psicológico, o processo se completa em si mesmo, sendo realizado em uma ou mais consultas sem duração pré- determinada. Tanto o tempo da consulta, quanto os retornos dependem de decisões construídas em conjunto durante o atendimento.

O Plantão é exercido por psicólogos com formação específica, e não visa somente uma catarse, ainda que a inclua, mas objetiva facilitar uma maior compreensão da pessoa e de sua situação imediata. O plantonista e o cliente procuram juntos, no “momento-já”, as potencialidades inerentes do cliente, que podem estar adormecidas ou que precisem ser deflagradas.

Para tanto, é imprescindível uma relação calorosa, sem julgamentos, onde a escuta sensível e empática, assim com a expressividade do plantonista e seu genuíno interesse em ajudar. Por esses aspectos, podemos formular que um processo de mudança pode ser deflagrado nessa (s) consulta(s).

O  Plantão Psicológico não é um substituto da psicoterapia centrada na pessoa, nem um mero serviço de recepção ou de triagem.

(adaptado do texto da Dra. Marcia Tassinari, psicóloga e plantonista Centrada na Pessoa)

PLANTÃO PSICOLÓGICO:

Dimensão Pós-clínica, uma Psicologia da Saúde (1)

 

Na dimensão de Psicologia da Saúde, transcendendo a Clínica, o Plantão Psicológico é um potente serviço voltado às práticas de saúde em atenção primária (atenção básica), secundária (especializada) e terciária (alta complexidade). Nesta dimensão, o seu trabalho, oferece naturalmente promoção e educação para a saúde, intervindo com a população em sua vida cotidiana antes que haja riscos ou se instale algum problema mais crítico (Ex.: Escolas, Comunidades, Hospitais, Empresas, e etc.).

O trabalho também é multiplicador, uma vez que capacita a própria pessoa/comunidade para ser agente de transformação da realidade, pois aprende a lidar e a melhorar a sua qualidade de vida. Segundo Wood (apud Mahfoud, 2012, pág.10) “o tipo de problemas que as pessoas enfrentam são, em geral, de primeira-mão. A ajuda que precisam é de ordem prática. Esta forma de aprendizado é prática”.

Poderíamos afirmar que a dimensão de Psicologia da Saúde é sinônima de uma abordagem psicológica pós-clínica, pois se compromete com o individuo em sua totalidade experiencial/circunstancial. E, o plantão psicológico talvez seja a prática psicológica legitimada, que atua firmemente segundo esta perspectiva.

Numa perspicaz visão de Wood (in: Mahfoud, 2012), ele sugere que o Plantão Psicológico se propõe a responder “às necessidades imediatas dos clientes (que poderão ser psicológicas ou de qualquer outra ordem).

Cury (in: Mahfoud, 2012), também demonstra esta potencialidade do serviço na Clínica Escola, através do seguinte depoimento/vivência de um dos alunos-plantonistas:

Muitas vezes, o motivo da procura do Plantão Psicológico não se refere apenas a angústias ou medos, mas sim, pessoas que vêm em busca de um espaço para se expressar, alguém para ouvi-las, ou mesmo, uma busca para outras alternativas, como por exemplo: solução para problemas de familiares ou terceiros, encaminhamento para outros profissionais, e etc (págs.146 e 147).

É evidente nestas afirmações a potência/alcance de uma prática psicológica que transcende às questões de ordem meramente emocionais, tornando-se também disponível às questões de outras ordens da vida do cliente, e que o afetam da mesma maneira.

Aqui, questões, tais como: Jurídica; Médica; Escolar; Econômica; Social; Comunitário; Familiar; Espiritual; e etc, possuem o mesmo significado (cuidado) para o plantonista, sendo merecedoras de uma escuta diferenciada, atenta e interessada. Não seria isto uma atitude Pós-Clínica uma Psicologia da Saúde?

Neste sentido, Wood (apud Mahfoud, 2012, pág. 9) diz que “o contato com este serviço ajuda as pessoas a lidarem efetivamente com os predicamentos da vida”. E, ao que nos parece, estes “predicamentos da vida” são peculiaridades do mundo pós-moderno, e que exigem uma abordagem psicológica abrangente e eficiente aos seus desafios..

  1. Fonte: Revisitando o Plantão Psicológico, 2013

Plantão Psicológico: Dimensão Pós-clínica, uma Psicologia da Saúde

Wagner Teixeira Durange e Ana Paula da Silveira Cordeiro

Psicoterapia Centrada na Pessoa
A sala de atendimentos do CPHB é ampla e aconchegante, com espaço para psicoterapia individual, de casal, familiar e de grupos.

Também oferece conforto e descontração para grupos de apoio de médio porte e para o Curso de Formação em Abordagem Centrada na Pessoa

O PSICOTERAPEUTA CENTRADO NA PESSOA

O que significa ser um “Psicólogo Centrado na Pessoa”? Como alguém se  torna  “Centrado na Pessoa”? A Formação em Abordagem Centrados na Pessoa deve envolver  elementos  que  vão  muito  além  da  aprendizagem  dos  conteúdos  teóricos  ou  dos  correlatos  filosóficos  da Abordagem  Centrada  na  Pessoa,  deixados  por  Carl  Rogers  e  seus  seguidores.  Inclui  o  desenvolvimento  de  atitudes  pessoais  do  profissional  que  deseja trabalhar com esse aporte teórico. Atitudes que irão se tornar parte de seu ser.  Este é  um estudo  dos elementos envolvidos  na  Formação  de  Psicólogos  Centrados  na  Pessoa,  através  do  estabelecimento  de  relações  de  profunda  confiança  entre  aprendizes, colegas e professores, uma vez que os conteúdos teóricos não precisam ser  apenas  aprendidos,  mas  intensamente  compreendidos  e  vivenciados.  O  Aprendizado  Centrado no Aluno tem-se revelado o mais eficaz instrumento para criar o clima propício  para o desabrochar das atitudes facilitadoras do crescimento psicológico, necessárias ao  psicólogo Centrada na Pessoa. Com a continuação do processo de crescimento pessoal,  estas atitudes passam a se constituir em um verdadeiro Jeito de Ser. .

As Dimensões do Psicoterapeuta Centrado na Pessoa 

Trabalhar  de  uma  forma  centrada  na  pessoa exige  que  o  psicoterapeuta  se  dedique  a  três  dimensões  em  sua  atuação.  A  dimensão  teórico-técnica,  a  dimensão  pessoal e a dimensão relacional. 

A dimensão teórico-técnica representa  o  conhecimento  da  teoria,  das  atitudes  facilitadoras, do impacto que as atitudes facilitadoras provocam no cliente; das fases do  processo  terapêutico;  considero importante  que  o  psicoterapeuta  centrado  tenha  domínio da dimensão teórico-técnica.

A dimensão pessoal é o conhecimento de si mesmo  (autoconhecimento). Saber  dizer de si, das suas possibilidades e limites pessoais, do impacto da opinião dos outros  sobre  si, reconhecer gostos e  preferências,  preconceitos e  rejeições, ter  confiança em  sua própria experiência, e em sua capacidade de autodeterminação.

Ter um desejo real  de  se  tornar  disponível para  mudanças,  para alargar limites,  expandir consciências,  conhecer a própria possibilidade de abrir mão de determinar o que julga ser “o melhor  para  o  outro”,  de  abrir  mão  de  poder  sobre  o  outro  na  relação terapêutica, e de  desenvolver  em  si  mesmo  condições  internas  para  correr  o  risco  de  ser  genuíno,  de acolher o outro como este se apresente, e de aceitá-lo na  sua complexidade e na  sua  realidade, sem julgamentos ou condenações.  

A dimensão  relacional diz  respeito a estar com outra pessoa de  forma genuína,  transparente  e  incondicional,  pois  o  evento  terapêutico  é  a relação  em  si  mesma, ou  seja,  ele  ocorre  no  mesmo  tempo/espaço  em  que  acontece  a  relação  pessoal  com  o  cliente.  

A  dimensão  relacional  também  é  representada  pela  percepção  que  o  cliente tem da consideração positiva incondicional do terapeuta, de sua transparência, e da real  tentativa  deste  de  captar o mundo  fenomenal do  cliente  o mais  próximo quanto  seja  possível do seu próprio ponto de vista.  

 

As atitudes facilitadoras do crescimento psicológico 

São  as  condições  pessoais  do  terapeuta  as  que  Rogers  denominou  Atitudes  Facilitadoras do Crescimento Psicológico, e que passamos a analisar a seguir. 

Congruência 

“Nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, a longo  prazo, agir como se eu fosse alguma coisa que não sou” (Rogers, 1961, pag. 19). 

“Acho que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo  

aceitando-me, e posso ser eu mesmo” (Rogers, 1961, pag. 20). 

A  congruência  é  um  estado  interno  de  liberdade  psicológica  que  permite  ao  terapeuta ser  verdadeiro  e  transparente,  possibilitando  sentir-se livre,  integrado  e  autêntico na sua atuação. Ocorre pelo perfeito alinhamento entre a cognição e o afeto  quanto  ao  fato  de  estar  em  relação  com  aquele  cliente,  o que  possibilita  uma  predisposição a um comportamento correspondente a este alinhamento. (Palma, 2007).  

Não importa se este alinhamento é contra ou a favor das condições ideais para a  psicoterapia (e  muitas  vezes  não  é).  Assim,  o  terapeuta  pode  estar  se  sentindo  confortável ou desconfortável em relação ao cliente ou por motivos pessoais, mas se for  capaz  de  reconhecer  este  estado,  representá-lo  afetivamente  e  comunicar  isso  ao  cliente,  estará  sendo  congruente,  e  a  atitude  de  congruência  continuará  a  ser  facilitadora do crescimento do cliente.

Com o conhecimento de si alinhado com o afeto sobre si, o terapeuta pode, num  segundo nível de percepção, avaliar-se a cada momento da terapia, e comportar-se de  forma compatível com esse alinhamento. Poderá mostrar-se como é, mesmo com algum  receio, mas sem fachadas ou máscaras. 

Rogers  aponta  a  congruência  como  uma  das  aprendizagens  significativas ao  longo  de  sua  vida,  e  que  se  mostrou  como  uma  das  atitudes  facilitadoras  em  psicoterapia. 

Consideração Positiva Incondicional 

“Uma outra questão é saber se poderei aceitar cada faceta desta outra  pessoa tal como me é apresentada. Posso acolhê-la tal como ela é?  Poderei comunicar esta atitude? Ou poderei acolhê-la apenas  condicionalmente, aceitando alguns aspectos de seus sentimentos e  silenciosa ou abertamente, desaprovar seus outros aspectos? Minha  experiência tem mostrado que se minha atitude é condicional, então o  cliente não poderá mudar ou crescer naqueles aspectos em que não o  posso acolher completamente”. (Rogers, 1961) 

A consideração positiva é caracterizada por uma atitude de receptividade quanto  ao  mundo  interior  experiencial  do  cliente  (Lietaer,  1984);  é  o  sentimento  que  o  terapeuta  tem ao aceitar  verdadeiramente  cada  aspecto  da  experiência  interna  do  cliente  como  sendo  uma  parte  dele.  Envolve  tanto  a  aceitação  da  expressão  de  sentimentos  “bons”,  positivos, maduros,  confiantes  e  socializados do  cliente,  como  a  expressão  de  sentimentos (considerados) “maus”, negativos,  dolorosos,  defensivos  ou  anormais. Envolve também a aceitação da consistência ou da inconsistência do cliente.  (Rogers, 1957). Considerar positivamente é aceitar. 

Aceitação  incondicional  significa  que  a  atitude  de  consideração  positiva do  terapeuta  com  relação  ao  seu  cliente  não  depende  de  nenhum  outro  fator  para  que  possa acontecer.  Não é necessário que o cliente se apresente desta ou daquela forma,  que faça ou deixe de fazer qualquer coisa, para que o terapeuta possa aceitar qualquer  sentimento  ou  pensamento  que  o  cliente  traga  consigo  para  o  campo relacional. O  cliente tem a liberdade de sentir tudo, qualquer coisa que esteja experienciando, e não  precisa cumprir nenhuma condição (se, quando, porque) para ser aceito. 

Importante  observação  é  que  a  consideração  positiva  incondicional  é  atitude  relacionada  à  experiência  interna  do  cliente  (sentimentos,  fantasias,  desejos  e  pensamentos),  sem  julgamentos  nem  condições,  não  significando  concordância  ou  aprovação de todos os seus comportamentos.

Quando  o  terapeuta  aceita  verdadeiramente a  outra  pessoa,  tal  aceitação  se  manifesta na ausência de julgamentos e condenações, e em expressões que mostram ao  cliente que o terapeuta o está ouvindo e aceitando a sua experiência. Às vezes simples  movimentos de cabeça e um silêncio respeitoso são capazes de explicitar a aceitação. 

Entretanto, se esses comportamentos de “demonstrar aceitação”  forem apenas  superficiais,  sem  que  haja  uma aceitação atitudinal  do cliente  por  parte  do  terapeuta,  em algum momento a não aceitação do terapeuta aparecerá na relação terapêutica, e o  vínculo de confiança será quebrado. 

Compreensão Empática 

“Poderei permitir-me entrar completamente no mundo dos  

sentimentos do outro e das suas concepções pessoais e vê-los como ele  os vê? Poderei entrar no seu universo interior tão plenamente que  

perca todo o desejo de avaliá-lo ou julgá-lo? Poderei movimentar-me  com suficiente delicadeza para me movimentar livremente, sem  

esmagar significações que lhe são preciosas? Poderei compreender  esse universo tão precisamente que apreenda, não apenas as   significações da sua experiência que são evidentes para ele, mas  também as que são só implícitas e que ele não vê senão obscura e  confusamente? Poderei ampliar ilimitadamente essa compreensão?”  (Rogers, 1961) 

A  compreensão empática é  uma atitude  do  terapeuta que  o  torna  capaz de  se  aproximar o máximo possível da experiência genuína vivenciada pelo cliente, a partir do  ponto onde este se encontra, para poder sentir o seu mundo privado tão precisamente  ”como se” fosse ele próprio. Tão perto quanto possível para apreender o “vivido” dele,  mas longe o suficiente para não se perder da sua própria experiência naquele momento. 

O mundo do cliente se mostra suficientemente claro para o terapeuta poder se mover nele livremente, e comunicar os significados de sua compreensão,  tanto de conteúdos  conhecidos pelo cliente, mas também de conteúdos apenas vagamente conscientes. 

Para o terapeuta, a compreensão empática é eficaz instrumento para que possa apreender exatamente os sentimentos do cliente, não tendo dúvidas sobre o significado  do  que  o  cliente  quis  significar,  seus  comentários  sejam perfeitamente  adequados  ao  estado de espírito e conteúdo do cliente, e o seu tom de voz seja acolhedor, propiciando  que o cliente compartilhe seus sentimentos. (Rogers, 1957). Desta forma, e sentindo-se  compreendido  e  acolhido  pelo  terapeuta,  esta é  uma  atitude  de  grande  impacto  terapêutico para o cliente.

 

A importância da sexta condição  

Que  a  comunicação  ao  cliente  da  compreensão  empática  do  terapeuta  e  da  consideração positiva incondicional seja efetivada, pelo menos num grau mínimo”. Se o cliente não for capaz de perceber de forma alguma as atitudes facilitadoras  do  terapeuta,  é  como  se  elas  simplesmente  não  existissem  na  relação,  e  o  processo  terapêutico  não  acontecerá.  

É  importante  salientar  que,  sendo  a  relação  terapêutica  uma relação pessoal e íntima, o cliente perceberá a qualidade das comunicações feitas  pelo terapeuta. Se as perceber como mera “aceitação formal, técnica”, ele não confiará  no que vê e ouve, e elas não terão qualquer efeito positivo. Entretanto, o cliente saberá  que o terapeuta realmente o aceita e o compreende, quando suas comunicações forem  frutos de uma atitude alinhada cognitiva e afetivamente para o terapeuta. 

É precisamente  neste  ponto  que  devemos  enfatizar  a  formação  do  terapeuta.  Não  para  ensiná-lo  como  se  comportar perante  o  cliente, mas  para,  através  dos  encontros  com  os  colegas,  da  facilitação  destes  e  do  professor,  e  da  inspiração  dos  textos teóricos, ajudá-lo a se conhecer melhor, a se tornar mais congruente, capaz de  compreender  empaticamente outra  pessoa,  de  aceitá-la de  forma  incondicional e  de  explicitar essas atitudes para si mesmo e para as pessoas com quem pretende estar em  contato terapêutico. Enfim, para ajudá-lo a ser terapêutico.